Ídolos


Eu ia tentar escrever um texto legal pra vocês... mas, confesso que a inspiração não anda muito minha amiga durante esses tempos. Resolvi, então, colocar pra vocês um poema de um dos autores mais perfeitos desse Brasil - Mário Quintana, é óbvio! O poema é lindo e, ainda por cima, marcou demais a minha vida.
E, depois do poema, coloquei um trecho de uma crônica da Martha Medeiros, que é uma daquelas maravilhas modernas, sabe?? Se você nunca leu, tem que fazer isso urgentemente - e comece por aqui!
Espero que vocês gostem.
Se gostarem muito, comentem que eu tenho muitos mais desses textos legais e posso ir postando pra vocês, ok??
Beijoo

XVII
Mário Quintana

Da primeira vez que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...

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Topless
Martha Medeiros

'Morrer, que me importa? O diabo é deixar de viver.’ Quem mais escreveria esta pérola senão o sábio Quintana? Também não me preocupo com o que há do lado de lá: silêncio, escuridão, inconsciência. Minhas madrugadas são iguaizinhas. Terror é nunca mais ir ao cinema, nunca mais caminhar na beira da praia, nunca mais estar perto de quem se ama. Quando me dizem que morte é passagem, faço que concordo com a cabeça mas penso com meus botões: ‘para a Grécia é que não há de ser’. Me explicam, piedosos da minha ignorância, que é uma passagem para o outro nível de consciência, sem ambições materiais e onde encontraremos nossos entes queridos. Não parece ruim. Um lugar sem espelhos, sem limite de lotação e sem o barulho que faz a obra aqui do lado. Negócio fechado: podem vir me buscar na virada do quarto milênio.

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