Torcedor


São muitas as decisões polêmicas tomadas nos últimos tempos pelo governo federal. A mais recente é a modificação dos itens do Estatuto do Torcedor, visando a Copa do Mundo de 2014, que será nestes pagos.

Dentre as muitas decisões acertadas como uma punição mais severa para cambistas e árbitros corruptos, há umas que têm causado muita polêmica nos últimos tempos: não é mais permitido falar palavrões nos estádios, cantar músicas ofensivas e todas as torcidas organizadas terão de manter registro de seus frequentadores.

Quanto aos palavrões e músicas ofensivas fico me perguntando como vamos combater isso? E, afinal, será mesmo necessário? Como vai se providenciar a detenção de uma torcida organizada inteira por estar cantando determinada música e há espaço suficiente para tanta gente que vem ao estádio e desabafa? Acredito que não e, justamente por isso, considero esse um item completamente inútil e errôneo.

O objetivo da Copa do Mundo é que o mundo conheça as diferentes formas de torcer dos povos... Na África do Sul, tivemos todos que conviver com as malditas vuvuzelas e nos adaptar. O mesmo deveria acontecer com nossa forma de torcer. Realmente, não ficamos sentados, não ficamos em silêncio... mas sentimos a emoção do jogo, passamos adrenalina para jogadores, os motivamos e buscamos dar uma energia única ao que consideramos o momento máximo do futebol. Somos o povo mais apaixonado por futebol e não há como fugir disso!

Quanto às torcidas organizadas registrarem seus participantes, só quem frequenta e faz parte da organização dessas torcidas sabe como o fato é difícil de ser realizado. Assim como existem aqueles que estão presentes em todos os jogos e se envolvem nas ações da torcida, outros comparecem apenas em jogos que lhes são permitidos por conta de compromissos como trabalho e estudo. Quase sempre, não há sedes nem reuniões; muitos menos, cobrança de ingresso. Esse cadastramento não será possível na realidade, ao meu ver, pelo menos.

Espera-se, pelo menos, que as decisões acertadas sejam levadas adiante e não tratadas com displicência como muitas no país.

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