Acabei de ler: Primavera - Oskar Luts


Apesar de estar sumida com as resenhas de livros da Editora Biruta por aqui, o blog continua sendo parceiro dessa editora linda (para minha felicidade!) e está na hora de acertar os ponteiros do relógio.
Então, a resenha de hoje é do livro Primavera, escrito por Oskar Luts, traduzido por Paulo Chagas de Souza, lindamente ilustrado pela Sandra Jávera e publicado aqui no Brasil pela Editora Biruta.  O livro é um dos lançamentos de 2014.


ASPECTOS FÍSICOS
As publicações da Editora Biruta sempre tem uma diagramação diferenciada e impecável - todos os livros que li da editora são um deleite para os olhos - e com essa não seria diferente!
Apesar de não ter relevo, a capa é maravilhosa pois o trabalho da Sandra, ilustradora, é incrível. Ela consegue trazer beleza e inocência para os desenhos. Sou completamente apaixonada por essa capa!
O interior do livro também nos premia, de pouco em pouco, com ilustrações belíssimas em preto e branco - queria conhecer mais de técnicas de pintura para descrever melhor pra vocês mas tirei fotos pra vocês verem como são lindas!
O estilo da fonte, as margens e o espaçamento são ótimos. Só o que me incomoda um pouquinho é o tamanho pequeno das letras.


HISTÓRIA
As 423 páginas do livro nos mostram a rotina de uma escola paroquial na área rural da Estônia do início do século XX. Nela estudam Arno Tali, um garoto tímido, estudioso e apaixonado por Teele Raja, uma menina linda e delicada; os dois passam a conviver e a lidar com sentimentos até então desconhecidos um pelo outro conforme o ano letivo vai passando. 
Em meio a esse sentimento, vamos conhecendo os outros personagens da história como Joosep Toots, o garoto incorrigível e que participa - na maioria das vezes até inicia - das grandes tramas do livro. 
No meio de todas as crianças e alguns adultos, a história nos apresenta uma cultura muito diferente e como as crianças podem ser ingênuas e maldosas ao mesmo tempo.


OPINIÃO
Eu demorei muito tempo para terminar de ler Primavera pelo simples fato de que o livro não conseguiu me prender. O autor não define, durante toda a história, nenhum personagem principal (por mais que, em determinadas passagens, uns destaquem-se mais que os outros) e acredito que isso fez com que eu perdesse um pouco o interesse pela história. 

Para mim, a parte mais divertida do livro foi confrontar a nossa cultura com a cultura estoniana de anos atrás. A rigidez das regras e, ao mesmo tempo, a liberdade das crianças em circular pela zona rural da cidade me deixaram refletiva por muitos momentos. Outro fato que me deixou muitas vezes chocada conforme as diferentes pequenas tramas da história aconteciam foi a maldade e as possíveis consequências graves das ações ingênuas dessas crianças.

Muitas tramas, com diferentes personagens, são desenvolvidas ao longo do livro; trata-se do tema da discriminação pela questão social, da necessidade de abandonar a escola e os colegas, do alcoolismo, da relação intra e interfamiliar. Apesar de muitos desses temas serem interessantes, eu sempre achava que eles encerravam-se rápido demais com o término de um capítulo e nunca mais eram recuperados ao longo do livro. 
De todas as histórias, a que mais me interessou foi ao sentimento inocente que Arno Tali e Teele Raja nutriam um pelo outro. Essa trama tomou boa parte da metade inicial do livro mas, assim como todas as outras, se encerra abruptamente e, apesar de ser retomada mais tarde, acabei achando tudo muito confuso.

No fim, apesar da beleza indiscutível das ilustrações e de todo o livro, a história desenvolvida por Oskar Luts não conseguiu me prender, seja pelo estilo da escrita ou pelas múltiplas tramas. 


TRECHOS
❤ "- Mas não é estranho, Lible, que todas as pessoas morram, tanto novas quanto velhas? E tem vezes que a gente nem imagina, mas de repente uma pessoa morre. Como pode ser?" 
- pág. 152

❤ "Arno tremeu de alegria. As preocupações foram esquecidas de repente, e o garoto teve a sensação de que elas nunca tinham existido, de que do outono até o Natal tinha sido uma festa feliz...
É assim que nós olhamos todas as preocupações passadas: um só instante feliz nos reconcilia com o passado doloroso..." 
- pág. 175

❤ "Arno se movimentou e olhou para o cume do salgueiro, tocou com a mão a casca dele e sentiu que o salgueiro era seu amigo. Parecia que o salgueiro estava lá quando ele estava alegre, e agora também o estava vendo quando ele estava triste - o salgueiro era seu amigo.
Assim se tornam queridas para nós muitas coisas em que antes nem prestávamos atenção: quando as associamos a lembranças queridas." 
- pág. 216


O livro está disponível em livrarias online (Saraiva | Cultura) e clicando aqui você encontra o distribuidor no seu estado. 
Para conferir todo o catalógo maravilhoso da Editora Biruta, é só clicar aqui. E pra acompanhar as minhas leituras, me adiciona no Skoob.

Beijos.
EI, LEITOR! O livro foi enviado pela Editora Biruta devido à parceria que o blog tem com a editora. O blog não recebe qualquer pagamento para resenhar e divulgar o livro, expondo sempre a opinião sincera em relação à leitura!

2 comentários:

  1. Pena que ele não conseguiu de prender Fêh :(, mesmo assim senti muira vontade de ler porque sou daquelas que gostam de saber sobre culturas diferentes e as liustrações são muito bonitas e delicadas ♥, estou encantada com a capa.

    Beijão :)

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    Respostas
    1. Pois é, Gabi. Eu li algumas resenhas boas dele antes de solicitar e decidi porque fiquei completamente apaixonada pelas ilustrações. Uma pena!
      Mas o trabalho da Sandra é uma coisa a parte, são incríveis os desenhos dela!

      Beijos.

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