Filme Brasileiro, História Gaúcha


Contei no post 'Diário' dessa semana que tinha ido ao cinema na quinta-feira passada com a minha mãe para assistir a 'O Tempo e O Vento' e hoje vim aqui contar a minha opinião do filme para vocês.

Eu já li todos os livros da saga 'O Tempo e O Vento', magistralmente escrita por Erico Veríssimo e rolou aquele medo de ver uma adaptação. Mas me surpreendi positivamente e o resto vocês leem em Opinião da Fêh. =))


As 2 horas de filme foram dirigidas por Jayme Monjardim e contam com um elenco especial que inclui Fernanda Montenegro (perfeita em seu papel), Thiago Lacerda, Marjorie Estiano e Cleo Pires entre outros nomes conhecidos da televisão.

A história toda é contada por Bibiana Terra - interpretada por Fernanda Montenegro -, esmiuçando todo o passado da família Terra-Cambará.
O sobrado da família está cercado pela família Amaral, inimiga dos Terra-Cambará, o que leva todos os descendentes a sofrer com a falta de comida e com o embate iminente. Em meio a esse cenário e a uma alucinante visita de seu falecido marido, Rodrigo Cambará, Bibiana conta a história da formação de sua família.

Tudo começa pela história de vida trágica de sua avó Ana Terra e de seu amor por um índio, que gera um filho, Pedro Terra. Após relembrar a história de vida de sua avó, Bibiana passa a lembrar de sua própria história de vida e de seu romance com o Capitão Rodrigo, resumindo seu tempo como coser, chorar e esperar.


Opinião da Fêh: Acredito que todos os gaúchos ficaram, no mínimo, curiosos para essa estreia por conta da carga emocional que o filme traz, relembrando a Guerra dos Farrapos, tendo estreado no dia 20 de setembro (Feriado Farroupilha), tendo sido adaptado de uma das obras mais icônicas sobre o Rio Grande do Sul. Enfim, diversos fatores mostravam-se importantes para os gaúchos.

Quando li as primeiras notícias sobre a gravação do filme e li que tentariam não colocar o sotaque gaúcho para não caracterizar demais a história e tentar chamar o público de outros estados, não gostei e pensei, realmente, que a falta de sotaque gaúcho fosse me incomodar. Mas isso não ocorreu. Não tiraram completamente os trejeitos do palavreado gaúcho mas não o caracterizaram demais e gostei do resultado.

Depois, quando divulgaram o trailer, confesso que não gostei, achei confuso e até desanimei um pouco para ver. Ainda bem que fui. O filme é muito bom e me surpreendeu sob diversos aspectos.
A começar pela fotografia maravilhosa e impecável. Só mesmo quem vive diariamente e quem aprecia muito os extensos campos gaúchos, compreende a sua beleza e essa beleza foi captada magistralmente com cenas lindíssimas de transição do céu e do pôr-do-sol.

Sobre os atores, não há nem o que falar sobre Fernanda Montenegro a não ser elogiá-la, a maioria das cenas emocionantes existem por sua voz, por seu olhar, por seus gestos. Thiago Lacerda formou um grande vínculo com o povo gaúcho após interpretar magistralmente Garibaldi, na minissérie A Casa das Sete Mulheres, e a escolha dele para dar vida ao grande galã Capitão Rodrigo foi muito acertada (ouvi e li muitas pessoas reclamarem do jeito caricato, muito debochado do personagem, mas quem leu o livro vai reconhecer o personagem em Thiago Lacerda porque no livro ele é tão ou mais caricato do que no filme). Além deles, Marjorie Estiano - gosto muito dela como atriz apesar de não achar esse seu melhor trabalho - e Cleo Pires - que nunca me agradou muito como atriz.

Dentro do filme, existem diversas pequenas histórias sobre os membros da família Terra-Cambará e, por vezes, é complicado lidar com a morte de um personagem a quem nos apegamos - acontece isso com Ana Terra. Mas acho que a falta que sentimos, é rapidamente compensada por uma história densa, sem pontos de enrolação e com muitos personagens cativantes.

Além disso, destaco as formas magistrais que o diretor e o roteirista encontraram para representar a passagem de tempo, seja com a roca, seja com a tesoura de podar. São elementos muito presentes no livro que, muitas vezes, acabam perdendo espaço em uma adaptação cinematográfica e fiquei muito feliz de vê-los na tela também pela importância e carga emocional que têm dentro da história.

Resumindo: um filme denso, com uma história maravilhosa, muito bem adaptado e interpretado. Não cansa, tem o tempo ideal para fazer o filme fluir. E tem também um final bonitinho para quem gosta de sair com esperança do cinema.

Conceito:  Péssimo | Ruim | Médio | Bom | Ótimo

Eu nunca daria ótimo para um filme que é adaptado de um livro porque acho que nenhum filme compensa a história de um livro e também não dou ótimo pelo final fantasioso, nos livros as histórias da família Terra-Cambará continuam e nada é lindo na trajetória. Para o cinema, confesso, ficou legal mas acho que, por fim, acabou passando uma mensagem que não é a mesma que o livro passa.

Indico para todos assistirem - gaúchos ou não. É um excelente filme brasileiro e só a atuação - e a galanteria - de Thiago Lacerda e Fernanda Montenegro já valem toda a história!

Alguém já assistiu ao filme? O que achou?
Beijos.

Foto: Divulgação
Fonte: Adoro Cinema

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