Acabei de ler: O Colecionador de Ossos - Jeffery Deaver


Finalmente, aqui está a resenha de O Colecionador de Ossos, magistralmente escrito por Jeffery Deaver
Essa edição do livro foi publicado pela Editora BestBolso, que, na verdade, é o selo de livros de bolso da Editora Record

A minha história com o livro é boa: eu lembro de assistir ao filme, estrelado por Denzel Washington e Angelina Jolie, quando era mais nova e tinha amado o filme - que é muito bom mesmo. Mas, com o passar do tempo, não me lembrava o nome do filme, apenas que era bom e estrelado pela Jolie. Em uma madrugada zapeando pela TV, reassisti ao final do filme. Na mesma semana, quem eu encontro em um passeio pelo sebo? O livro. E isso que eu nem sabia que tinha livro. Muitos sinais pra não comprar, né?! 
Agora estou com vontade de reassitir todo o filme e comparar, claro.




ASPECTOS FÍSICOS
A capa é relativamente simples mas eu adoro ela por a achar muito expressiva com a história (nada a ver aquelas capas sem sentido com a história do livro, né?). É preciso representar o osso e nada melhor que um raio-X para mostrá-lo.
Os livros de bolso costumam ter uma capa mais fina e sem orelhas e não é diferente com esse. Contudo, essa capa parece uma folha mesmo de tão fina e isso faz com que o livro ganhe 'machucados' muito fácil, tanto que parei de levá-lo para a faculdade porque estava machucando muito.
As folhas são brancas e não tem maiores detalhes para aproveitar bem o espaço. A margem interna, por vezes, é muito pequena mas as demais estão boas.

O livro tem 457 páginas e é dividido em 5 partes (Rei por um Dia, O Principio de Locard, A Filha do Patrulheiro, Até o Osso e Quando você se move, eles não podem pegá-la). No total, são 37 capítulos e que terminam bem rapidinho conforme você se envolve na história.

Durante o livro, os personagens fazem um quadro com as características do assassino que estão procurando e eu achei muito bom que esse quadro é reproduzido conforme eles vão acrescentando informações; assim, nós conseguimos também acompanhar melhor as características e tentar adivinhar. Além disso, no final do livro, há um apêndice explicando todas as expressões técnicas de pesquisa usadas durante o livro. Ele não é completamente essencial porque, conforme as expressões vão aparecendo, os próprios personagens se encarregam de explicá-las mas é sempre bom ter um local pra consultar quando bater a dúvida. 


HISTÓRIA
O livro transita sobre três grandes personagens: Lincoln Rhyme - um ex-criminologista brilhante que ficou tetraplégico -, Amelia Sachs - uma patrulheira que se vê envolvida sem querer com um dos maiores serial killers de Nova York - e o assassino - personagem desconhecido durante a maior parte do livro e fissurado por ossos humanos e por um livro de um certo criminologista.

Amelia, fazendo sua última ronda matinal, encontra os vestígios do primeiro assassinato de uma série do chamado Colecionador de Ossos. O caso, logo é encaminhado para Lincoln Rhyme, mesmo que ele esteja aposentado, que imediatamente convoca uma contrariada Amelia para continuar com ele.

Em meio à corrida contra os novos assassinatos, Rhyme e Amelia junto com a equipe de profissionais forenses e da polícia, usam técnicas comprovadas e não comprovadas para encontrar o Colecionador de Ossos, para salvar as vítimas e para lidar com a burocracia que ronda esses casos. 
Além disso, existe toda a psicologia por trás dos personagens, muitíssimo bem explorada pelo autor. Rhyme é um dos maiores personagens da literatura por ser extremamente inteligente e culto e por estar completamente cansado da vida a que foi exposto depois do acidente, mesmo com todas as tecnologias disponíveis para facilitá-la.  Por conta dele e de Amelia, os mais inteligentes diálogos são travados sobre os mais diversos assuntos. 


O livro me conquistou de um modo fantástico! 
O único comentário que eu havia lido do livro antes de lê-lo foi que as muitas expressões técnicas prejudicavam a evolução da história. Contudo, discordo totalmente dessa opinião, acho que as expressões trazem veracidade para a história e acrescentam informações interessantes para o leitor enquanto a equipe persegue o assassino - as partes que poderiam ficar monótonas. Já falei do apêndice mas não precisei consultá-lo durante o livro porque achei que as expressões eram suficientemente explicadas durante a história.

Eu comecei a ler num fim de semana e nesses primeiros dois dias, eu li quase metade dele porque fiquei completamente fissurada na história. E posso dizer que é difícil essa animação acontecer comigo porque, por mais que eu fique animada com um livro, não tenho tempo pra engatar a leitura. Com esse aconteceu depois de bastante tempo sem acontecer.

Cada capítulo termina com um suspense pro próximo e, tratando-se de uma história de ação e crime, não tem como não querer ver o desenrolar. São múltiplos assassinatos cometidos pelo Colecionador de Ossos mas eles não se tornam monótonos - os primeiros nos chocam pela sua bizarrice, os próximos pelas atitudes de Amelia e os últimos porque descobrimos quem é o vilão. 

Além disso, toda a história é edificada em cima de um personagem fantástico que é Lincoln Rhyme, ele é forte, ele é real, ele é inteligente. Eu imagino o quanto deva ser difícil para um autor desenvolver um personagem real, com uma história de vida real e profunda, e Rhyme é tudo isso, ele tem um passado, ele tem uma tragédia, ele é um personagem completo.
Amelia, apesar de não ter um personalidade tão marcante quanto a de Rhyme, também é muito bem construída e nós conseguimos conhecê-la exatamente ao final do livro.

TRECHOS
 "- Bem... - Parecia que os argumentos contra o suicídio eram tão óbvios que ela estava tendo problema para explicá-los. - Porque...
- Porque por quê, Sachs?
- No mínimo, porque é uma covardia.
Rhyme soltou uma gargalhada.
- Quer discutir esse assunto, Sachs? Quer? Bastante justo. "Covardia", disse você. Essa palavra nos leva a Sir Thomas Brown: "Quando a vida é mais terrível do que a morte, esse é o valor mais puro para viver." Coragem diante da adversidade insuperável... Um argumento clássico em favor da vida. Mas se isso é verdade, por que anestesiam pacientes antes de cirurgias? Por que vender aspirina? Por que engessar braços quebrados? Por que o Prozac é o remédio mais receitado na América? Sinto muito, mas nada existe intrinsecamente bom na dor.
- Mas você não está com dor.
- E como você define dor, Sachs? Talvez a ausência de toda sensação posse ser também dor."  
Pág. 327

 '"A carne murcha e pode ser fraca." - (escrevera o malfeitor, com mão implacável mas firme) - "O osso é a parte mais forte do corpo. Por mais velhos que sejamos na carne, somos sempre jovens no osso. É uma nobre meta a minha, e está além do meu alcance compreender por que alguém poderia contestá-la. Pratiquei um ato de bondade com todos eles. Eles, agora, são imortais.Eu os libertei. Eu os reduzi até o osso."'  
Pág. 294

 "[...] conseguiu arrastar-se para a mesa-de-cabeceira e pegar o canivete. Enfiou-o no corpo de Rhyme, uma, duas vezes. Mas os únicos lugares que podia atingir eram as pernas e os braços do criminalista. A dor é que incapacita, e a dor era a única coisa à qual Lincoln Rhyme estava imune."


Comprei o livro no Sebo Icária e não me lembro o preço mas, como todo livro de bolso, ele tem um preço bem amigo. 
O que é ótimo pra todo mundo se esbanjar com ele. 

Pra me seguir no Skoob e acompanhar toda a minha vida literária, só clicar aqui. E vamos conversar por lá!
Beijos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário