A Decepcionante Realidade


Tudo começou ontem ao meio-dia. Eu almoçava e escutava as notícias do Jornal do Almoço (transmitido pela RBS TV aqui no Rio Grande do Sul) quando Lasier Martins foi discorrer sobre política. E, então, eu ouvi: o horário eleitoral, que se diz gratuito, na verdade, é gratuito para partidos e candidatos mas, para nós, não. Só nesse ano pagaremos R$ 606 milhões por ele.


Durante a tarde, vi esse tweet do Marcelo Tas (@MarceloTas) e, novamente, me indignei. Foi quando resolvi falar sobre isso no blog.

E, antes de começar, gostaria de fazer algumas observações.
Sei que o objetivo principal do blog não é falar de política. O objetivo principal do blog é falar sobre todo o meu mundo que eu chamo de "paralelo" (aquele que não está relacionado à medicina), ou seja, tudo que me chama atenção. Nesse tudo que me chama a atenção, mesmo que em pequena parcela, entra a política. Já me interessei mais por ela mas continuo me interessando, não como participante para concorrer a algum cargo ou obter algum benefício, mas como eleitora (e tem função mais importante que essa?).
Aí, você se pergunta: mas é quem é você para falar de um assunto tão sério? Que conhecimento você tem? E eu respondo: olha, posso não ter muito conhecimento e nem entender dos atalhos que regem a política nacional (incluindo a do município e estado) mas acredito que o mínimo que fizermos, já será de grande auxílio frente a uma sociedade onde "política não se discute". Seja lendo esse texto, seja lendo jornais, seja assistindo televisão, é preciso se informar.
Concluído isso, vamos ao assunto principal.

A propaganda eleitoral é denominada gratuita porque, ao contrário de outras campanhas publicitárias, não é paga pela empresa à emissora em que está sendo vinculada. As emissoras, no entanto, não arcam com todas as despesas (de eletricidade, de perda de audiência e de perda de tempo) sozinhas; na verdade, as emissoras cobrem apenas 20% da despesa.

As emissoras podem requerer o direito garantido por lei de dedução fiscal em 80% desse tempo disponibilizado para a campanha eleitoral. Assim, calcula-se o valor de R$ 606 milhões de reais não arrecadados pela Receita Federal nesse ano e que somam R$ 4 bilhões desde 2002. É como se a Receita Federal, ou seja, o governo, arcasse com as despesas.

Ou melhor, somos nós que arcamos com as despesas, já que somos nós que contribuímos diariamente -  ao pagar impostos em tudo - com o montante do país. Pagamos conscientemente, esperando investimentos em saúde, em educação (universidades federais sem aula a, no mínimo, 2 meses!) e em infra-estrutura, para começar.

Isso indigna por conta do estado da política nacional. Se a política fosse levada mais a sério por nós e pelos envolvidos, a propagando eleitoral (lembro: que nós pagamos) seria mais útil, nos fazendo realmente formar uma opinião sobre os candidatos. Infelizmente, não é essa a realidade. A grande maioria das pessoas (e me incluo nessa lista) desliga a televisão, deixa no mudo ou simplesmente não absorve o que está sendo vinculado; me pergunto também se nos acrescentaria algo parar para ouvir e ver.

Vejo muitos problemas nessa forma de campanha política. O que deveria chamar a atenção é a seriedade e as intenções dos candidatos e não a piada mais engraçada ou o jingle mais animado (política não é piada!); também não concordo com a divisão de tempo, onde a força do partido determina os minutos a serem utilizados.

Por outro lado, acho essa campanha nos meios de comunicação em massa, especialmente a televisão, muito necessária. Porque, não fosse por ela, muitas pessoas não tomariam nem consciência de que estamos na época de decidir o futuro da sociedade que nos cerca - e muitos ainda não tem essa consciência.

Foi um desabafo de alguém que está muito cansada do rumo que vejo a política e, consequentemente o país, tomar mas que, desafortunadamente, ainda não sabe como melhorar a situação; a não ser votando um pouco às cegas, já que extrair algo de útil e verdadeiro das campanhas está cada dia mais difícil.

Gostaria de pedir demais a opinião de cada um que ler esse post. Comentem ou mandem e-mail para coisaetal.fer@gmail.com mas, por favor, mantenham o respeito sempre, já avançamos em muitos pontos e não precisamos regredir.
E, caso você tenha algum assunto de cunho político ou de interesse geral que gostaria de ver abordado aqui no blog, só falar comigo. Discutiremos a possibilidade de publicá-lo, de eu fazer o post ou ter a colaboração. Mas bom senso, sempre!

Beijos.

Obs.: Se houver algum equívoco, alguma informação errada ou alguma informação que você quiser acrescentar, por favor, sinta-se convidado. Lembrando que as pesquisas foram feitas em diversos sites, nenhum vinculado ao governo ou a partidos políticos (não diretamente ou publicamente), e escolhi os que me pareceram mais confiáveis.

Fontes: Mundo Estranho e Sul 21*

* Quem se interessar um pouco mais pelo assunto, gostaria de indicar esse texto aqui do site Sul 21. É leve, inciante mas muito bom!

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