Acabei de ler: Caçando Che - Mitch Weiss e Kevin Maurer


O domingo foi chuvoso por aqui, nada mais propício para passar o dia embaixo das cobertas lendo um bom livro.
E, aqui no blog, nada mais propício para resenha de livro!
Vamos falar sobre Caçando Che, livro escrito a quatro mãos por Mitch Weiss e Kevin Maurer, lançamento de fevereiro da Editora Record.


ASPECTOS FÍSICOS
Adoro a capa do livro com essa foto icônica de Che Guevara sendo capturado pelas forças especiais bolivianas. Além disso, gosto das cores e desse fundo que imita folha de jornal velho.
As páginas são amareladas e não possuem maiores detalhes. O tipo e tamanho da fonte, assim como as margens e espaçamento são bons.
Na metade do livro, há 8 páginas com fotos ilustrando todos os personagens e lugares da história. As fotos são em preto e branco, o que não me incomodou, mas as achei muito pequenas.


HISTÓRIA
As forças-especiais americanas estão frustradas após não terem obtido sucesso na captura de Che Guevara e recebem informações de que o mesmo, após um longo período desaparecido, está formando sua guerrilha nas florestas da Bolívia com o objetivo de causar uma revolução naquele país. Os EUA não podem intervir diretamente e resolvem, então, mandar um grupo para treinar os soldados bolivianos com novas táticas de guerrilha para que o próprio exército do país capture Che - serão a elite do exército boliviano, os Boinas-Verdes.
Enquanto os Boinas-Verdes são treinados por Shelton, um comandante norte-americano, em uma cidadezinha rural da Bolívia, o resto do exército boliviano é dizimado por ataques surpresa do grupo de Che Guevara, o que leva a muitos boatos aparecerem - Che é o comandante da operação? A operação possui milhares de adeptos? Os cidadãos bolivianos estão alimentando e armando a guerrilha?

Vamos acompanhar no livro como foi a intrincada trajetória que culminou com a captura - e morte - de Che pelo exército boliviano.


OPINIÃO
Não tenho o costume de ler livros onde a história contada não é, nem que seja um pouco, ficcionada. Por exemplo, gosto muito de livros com a temática da 2ª Guerra Mundial mas eles, geralmente, tem a guerra como pano de fundo e não como personagem principal. Sendo assim, a leitura de Caçando Che foi muito diferente para mim. 
Inicialmente, confesso, não estava muito animada para começar a ler o livro mas, conforme as páginas foram passando, a história foi me prendendo e fascinando.

Apesar do título e do que pensamos, Che aparece pouco na história - estando presente em, no máximo, 50 das 279 páginas do livro. Aqui, tudo se foca em como foi feita a captura do guerrilheiro.
Ficamos conhecendo comandantes e generais do exército dos EUA e da Bolívia (o número grande de personagens pode ser bem confuso no início mas, conforme cada um assume seu papel, vamos assimilando a enorme lista), entendemos como a política pode ser confusa e ardilosa e também percebemos como a diplomacia entre os países é frágil. Todos esses fatores somados acabam por propagar a lenda de Che Guevara, a aumentar o medo quanto a seu exército de guerrilheiros e a definir o destino de Che após ser capturado.

Vale ressaltar que o livro, em nenhum momento, mostra-se favorável a algum dos lados por mais que conheçamos mais profundamente o lado boliviano e americano. 
Nas poucas páginas em que Che aparece, torna-se protagonista do livro. As conversas que ele tem com os comandantes são extremamente interessantes, onde é possível compreender os dois lados e ainda parar para pensar na situação atual do nosso país. As conversas foram narradas como são lembradas por seus participantes ainda vivos e, por isso, imagino o quanto o efeito de Che devia ser forte frente a povos muitas vezes extremamente sofridos.

No fim, a história do livro me prendeu. Mesmo já sabendo o final, queria saber quais fatos e como ocorreram para culminar na morte do líder cubano. 
Essa é uma leitura extremamente prazerosa para todos os públicos e que, com certeza, vai tornar-se livro preferido daqueles apaixonados por história. A leitura flui e cria momentos de suspense que nos fazem querer continuar e ler mais e mais.


TRECHOS
❤ "Ele chamava sua teoria de foco: um pequeno grupo de dedicados guerrilheiros, baseado num recanto rural, poderia rapidamente derrubar um governo estabelecido e libertar uma nação." 
- pág. 45

❤ "Não havia glória na guerra, apenas carnificina e confusão. Ele conhecera a guerra de perto e não estava em busca de mais daquela horrorosa porcaria." 
- pág. 76

❤ "- Se eu puder, há algo que você gostaria que eu dissesse à sua família?
- Diga à minha mulher que se case de novo e tente ser feliz - respondeu Che.
Che aproximou-se de Rodríguez. Cumprimentaram-se e, então, abraçaram-se. Che era um homem - um homem encarando o seu fim com dignidade. Rodríguez já não o odiava mais." 
- pág. 225

❤ "Che é mais do que um ícone de camiseta. Ele é um figura polarizadora. Para a esquerda, ele é um revolucionário romântico - um rebelde com causa. Para a direita, Che é um bandido comunista, que pretendia roubar os seus bens arduamente conquistados e entregá-los a parasitas sociais." 
- pág. 245


Você encontra o livro físico e o e-book para venda nas principais livrarias (Saraiva | Submarino | Amazon).
Aqui você acompanha o catálogo da Editora Record e pode seguir a editora nas redes socias (site | facebook | twitter | instagram | snapchat grupoedrecord) para ver os próximos lançamentos.

Para saber o que eu estou lendo agora, me adiciona no Skoob!
Beijos.

EI, LEITOR! O livro foi enviado pelo Grupo Editorial Record devido à parceria que o blog tem com a editora. O blog não recebe qualquer pagamento ou comissão de vendas para resenhar o livro, expondo sempre a opinião sincera em relação à leitura!

2 comentários:

  1. Gostei bastante do projeto gráfico da capa, simples e impactante!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade, Ygor! Penso o mesmo.
      Apesar de óbvio - com uma foto -, ficou sutil e elegante.

      Obrigada por teu comentário!

      Excluir