Meu relacionamento não é centro da minha vida


E, então, chegou o dia em que eu fiz a estarrecedora revelação:

Meu relacionamento não é o ponto central da minha vida; ele me faz feliz e é uma parte importante de mim mas é exatamente isso, uma parte, não um todo. Sei que posso ser feliz sozinha - já fui muito - e também posso ser feliz com alguém; e eu escolho qual dos dois quero para mim no momento.

Entre olhares de descrédito, de pena e de não compreensão, as pessoas que se encontravam ao meu redor tentaram argumentar. Uma dizia que meu relacionamento não tinha futuro, não tinha como dar certo; outra dizia que era o reflexo de tempos modernos em que não se valoriza o relacionamento.

No momento, tomei o que considerei a melhor atitude - calar. Mas não concordo com nenhuma das duas afirmativas. 
Não que, para um relacionamento ter futuro, ele precise ser o centro da vida de uma pessoa. Porque eu não colocar o meu relacionamento no centro de meu mundo não significa que eu não vá me dedicar a ele, que eu não vá cuidar dele e tentar preservá-lo. Ao contrário, estando eu consciente de que ele não é tudo e não é interminável, me dedico dia após dia a torná-lo melhor.
E também não concordo que os tempos modernos não valorizem relacionamentos. Vejo pessoas que não querem namorar por infinitos motivos e essas talvez não valorizem mas são uma parcela da população; vejo outra grandíssima parte abandonando familiares e amigos para supostamente se dedicarem exclusivamente a uma relação e não acho que isso indique sucesso (muito pelo contrário).

Atualmente, enxergo 3 grandes grupos na sociedade. 
O primeiro, provavelmente trazendo na bagagem anos de conservadorismo e tradição, que abandona tudo para se dedicar a um namoro ou casamento. Pensa em filhos, casa, roupa lavada e, por vezes, esquece até de si próprio. 
Após um término catastrófico, as pessoas desse primeiro grupo tendem a se tornar bastante parecidas com as pessoas do segundo em questão.
Esses, não querem relações amorosas. Consideram perda de tempo e dedicação, considerando o sucesso na carreira e até mesmo o pessoal mais relevantes; até podem querer filhos mas não precisam arcar com os contras de uma relação para cumprir mais esse objetivo. A vida é uma planilha de tarefas a cumprir, cada uma visando a próxima, e uma relação não tem sentido de existir nela.

E, por fim, um terceiro grupo ao qual me considero pertencente. O relacionamento não vai conduzir minha vida - não largarei minha profissão para me mudar com meu marido, não abandonarei meus hobbies para fazer parte dos hobbies dele - mas poderá acompanhá-la. Enquanto respeito a individualidade da outra pessoa do meu lado, espero ter a minha respeitada; ou seja, faço o que quero desde que isso não desrespeite meu parceiro, afinal, o nome dele está atrelado ao meu mas faço o que quero. E espero, sinceramente, que ele faça o mesmo.

Pode ser que, eventualmente, o querer dele desagrade o meu. Nesse momento, após uma discussão (porque somos pessoas e não somos perfeitos), talvez eu pare para pensar que o querer dele é importante para ele e, sendo assim, deve ser respeitado. Posso não concordar, posso até não apoiar porém jamais o desanimarei. Porque ainda acredito que o apoio é parte importante nessa equação complicada que é ter sentimento por alguém diferente de nós mesmos.

No final, posso não parar a minha vida por uma relação mas gostaria muito que ela seguisse ao meu lado na vida!


Ei, amores, pra quem vem aqui há menos tempo, deixa eu contar. No início, o Coisa e tal tinha MUITOS textos meus, sabe? Eram desabafos de uma adolescente que tinha muito dentro de si e precisava colocar pra fora de algum modo. 
Com o tempo, os textos foram sumindo porque o tempo foi ficando menor e os grandes anseios ficaram mais controlados mas gosto muito de escrever e espero que vocês tenham gostado do texto também!

Beijos.

8 comentários:

  1. Oi Fêh!
    Amei o seu texto e compartilho desse pensamento. Relacionamentos devem agregar valor e caminhar lado a lado na escrita de nossa história, e não anular os demais interesses.

    Eu também escrevia muito quando mais nova, Henrique fala que minha inspiração foi embora junto com os 20 (anos rrsrsr). Mas a verdade é que com o tempo eu acabei deixando isso de lado e suprimindo esses sentimentos.

    Beijos lindona!
    Suelen Teixeira
    https://suelennteixeira.wordpress.com

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    1. Verdade, né? Eu acho triste quando vejo casais se anulando ao invés de se somar mas...

      Sim, é verdade. Eu escrevia enlouquecidamente quando era mais nova, acho que a gente tem muito dentro da gente, né?! Mas é um hábito que não perdi totalmente e às vezes a inspiração vem haha.
      Beijos, linda!

      E o blog voltou! =D=D

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  2. Terminei meu relacionamento no último domingo e sei exatamente do que tá falando. Ele estava depositando toda a felicidade em mim.
    Cheguei a escrever um texto sobre mais ou menos isso, se quiser ler... http://abelanaoafera.blogspot.com.br/2014/11/sobre-estar-solteira-e-ter-outra-visao.html


    O maior confronto nos dias de hoje é que o pensar cansa e exige muito das pessoas, que preferem o caminho fácil e fútil. Tá difícil mas ainda sei que tem jeito.

    Obrigada pelo comentário enriquecedor!

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    1. Ai, guria, sinto muito. Sei que, por mais que terminar seja o melhor às vezes, um término sempre é ruim, né?! Mas acho que a gente deve buscar uma relação em que os dois estejam satisfeitos e se ele era muito dependente, o melhor é que encontre alguém que tenha o mesmo modo de pensar dele, né?!

      Tô amando teu blog!
      Beijos.

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  3. Olá, tudo bem? Tendo em vista as datas dos comentários acho improvável uma resposta, mas puta merda! Como eu espero ter ela depois desse texto! Eu gostei muito :)
    Tenho 22 anos e há 7 meses iniciei meu primeiro namoro. Gosto muito dela, me vejo gastando grande parte do meu tempo com ela e sou muito feliz e grato até hoje. No entanto, sinto que ela coloca nossa relação no centro da vida dela. Isso me incomoda, cobro ela para ter hobbies e descobrir novas paixões em fazer algo, se for o caso. Eu cultivo o meu hobbie que é algo que amo, automobilismo virtual. Amo carros e corridas. Embora de longe possa parecer um joguinho de corrida, está muito mais para um esporte. Tenho o sonho de algum dia ficar bom e alcançar algo nisso que me orgulhe, é um hobbie que levo comigo, mas também é muito mais que isso, é uma das minhas paixões que faz a vida valer a pena (assim como ela!).
    Ai vem o problema... ela se incomoda muuuito se eu treino ou participo de alguma competição quando ela está na minha casa, mesmo que eu tenha passado vários dias com ela. Eu evito ao máximo, pois não gosto de ver ela triste; ja que também me faz. Sinto minha autonomia ferida, privado de fazer algo que amo. Ela fala que não me proíbe de fazer nada e nem quer que eu pare, porém no momento que reage de tal forma, é o mesmo que proibir pra mim. Sinto que ela não entende isso, assim como muitas pessoas, e tenho muito medo que algum dia terminaremos por isso. Veja bem, não é um joguinho, aliás sempre joguei muito videogame na minha vida toda e abro mão facilmente pra passar horas, dias, meses e o que for pra ficar com ela ao meu lado; faço isso sem sofrimento. Mas com esse "jogo" é diferente, competir no automobilismo virtual é algo que amo e não sei como conciliar com ela... não sei o que fazer.
    Também tentando colocar o lado dela aqui: minha semana é muito corrida, sempre que estou com ela divido o tempo entre fazer companhia e estudar/ fazer algum trabalho, ela reclama que toda vez que nos encontramos tem algo. Ou vamos sair mais tarde porque preciso estudar cedo, ou iremos voltar cedo/ dormir cedo porque preciso estudar de noite ou levantar de manhã no próximo dia e, agora, finalmente depois de mais um semestre corrido, iria ter tempo pra ela sem "mas". Porém, quando esse dia chega, quero dividir meu tempo treinando e competindo.

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    1. Olá! Sempre SEMPRE respondo todos os comentários do blog, por mais antigos que sejam os posts!
      Então, o que posso te dizer e tentar ajudar sobre toda a situação. Na grande maioria dos problemas em relacionamentos, a solução não é nem a cruz nem a espada, fica no meio das duas.
      Acredito que uma longa e franca conversa já resolveria uma boa parte dos problemas. Mas precisa ser uma conversa respeitosa, sem agressões verbais, onde os dois precisam estar dispostos a ouvir coisas que talvez não queiram mas, ao mesmo tempo, não refutar sem refletir sobre.
      É importante colocar todas as cartas na mesa, falar que o modo que ela fala determinadas coisas te inibe a ficar jogando e que, eventualmente, você vai preferir sim ficar jogando mas que isso não vai diminuir o tamanho do seu amor.
      Novamente, relacionamentos são uma balança entre tempo juntos - que, sim, precisa existir e precisa ser um tempo considerável para que os laços se fortaleçam - e tempo de qualidade juntos - aqui não importa a quantidade e sim como esse tempo cria memórias compartilhadas.
      Não é uma situação fácil e acredito que passar muito também pela maturidade mas é completamente possível de resolver!
      Te desejo boa sorte!
      Beijos.

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  4. Feliz por ter achado esse lugar. Depois de saber que responde independente da data postada me senti encorajada a escrever. :)

    Meu caso é complicado, acho que o problema está em mim. Percebo que sou muito carente, muito mesmo.
    Namoro há 3 anos, e embora ele tenha pisado na bola no começo, vejo que agora eu to estragando tudo, por conta dessa carência louca que não sei resolver.
    Na verdade, durante todo esse tempo eu fui um pé no saco tb, reclamava muito de atenção, carinho e sempre queria estar com ele,mesmo ele ocupado.
    Ele vive vida dele e consegue estar cmg de boa sem cobrar tanto mas já eu.. .
    Ele gosta de mim, me da atenção mas pra mim parece que sempre é pouco, e que o que eu gostaria mesmo era que ele me colocasse no topo da vida dele, ou que provasse o amor dele por mim o tempo todo, sei que é loucura.

    De uns tempos pra cá tenho pensado sobre o por que de ser assim
    Sinto que assim só vou me prejudicar mais e distanciar ele, entendo que nada disso é certo, mas parece que nao sei como resolver isso.

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    1. Se você olhou pra sua relação e pra questão que está te incomodando e fez esse diagnóstico que o problema pode estar mais em ti do que no outro ou na relação em ti, o problema está mais perto ainda de ser resolvido! Não é fácil mas é possível!
      Tu vai precisar parar, refletir e provavelmente mexer em traumas e no passado pra tentar entender o motivo de ser tão carente, tão dependente de outra pessoa. É possível fazer isso sozinha mas, com certeza, uma terapia vai agilizar esse processo e será mais certeiro.
      É importante, porém, tu insistir nessa busca pra entender tuas atitudes e lutar para mudá-las justamente para não prejudicar esse e outros relacionamentos - não só amorosos - na tua vida!
      Beijos! Fica bem!

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