Auto-Escola: Aprendendo a Dirigir

Já comentei um pouquinho aqui no blog que aproveitei as minhas férias de verão fora de época (foram durante o final do mês de março e todo o mês de abril) para fazer as aulas necessárias para a carteira de motorista. Sempre quis fazer e também sempre acreditei que não passaria na primeira vez porque não sabia nem ligar o carro e, justamente por isso, escolhi fazer as aulas durante a época de férias para me dedicar exclusivamente a aprender todos os jeitos de um carro. 

Passei! =DD E até hoje não acredito que realmente passei haha. Mas, até conseguir concluir o que eu queria, foi um longo e estressante caminho para mim. Eu sei que para muitas pessoas fazer as aulas da auto-escola serve apenas para oficializar uma atividade que elas já sabem fazer e já fazem mas não era o meu caso e, assim, sofri um pouco (muito!) nesse caminho. Venho contar para vocês, então, a minha experiência e aproveitar também para dar a minha opinião sobre alguns aspectos da conduta dos Centros de Formação de Condutores. 

Tudo começa nos exames médico e psicotécnico e acredito que aqui não ocorram maiores problemas com ninguém. Após o resultado desses exames, começam as aulas teóricas.

As aulas teóricas são, muitas vezes, monótonas, entediantes e cansativas, o que faz com que as pessoas não aproveitem todo o ensinamento passado nelas. Eu não dormi e não senti sono em nenhuma aula mas confesso que acho que isso se deve ao fato de eu estar bem descansada durante todo o tempo, caso contrário, seria difícil manter a concentração. 

Acho de uma importância enorme as aulas teóricas para começar a construir uma base para as aulas práticas - apesar de ter muitas coisas que não funcionam na prática como é mostrado na teoria -, contudo, acho 45 horas de aula teórica um valor abusivo. Ainda mais absurdo quando comparado com as apenas 20 horas de aula prática que são obrigatórias. 

Muita matéria é repetida nas aulas teóricas mas também achei que muitas aulas são desperdiçadas com assuntos frívolos ou de pouca importância para esse momento. 

Apresento para vocês o meu cachorro - enorme! - chamado Doggy (criatividade impera na família haha)!

Mas, acabadas as aulas teóricas e com a aprovação na prova, começam as aulas práticas (no meu caso, não sem antes um grande estresse e uma troca de Centro de Formação). 

Acredito que a grande maioria das pessoas que começam as aulas práticas já sabem dirigir ou tem alguma base passada por pais ou amigos. E é assim que os instrutores esperam receber os seus alunos. Mas isso é errado!

Quando comecei minhas aulas, não sabia puxar o freio de mão e levei uma bronca por isso mas ninguém nunca havia me ensinado a puxar o freio de mão. Me incomodei demais com esse modo de ensino pois, apesar da maioria já ir para as aulas com uma base de direção, os instrutores não podem partir do princípio que todos saibam - e, infelizmente, é isso que ocorre.

Cada carro é um carro e, para as pessoas que não estão acostumadas a dirigir, há um abismo entre o carro da auto-escola e o carro do pai/irmão/namorado. Dizem que, com o tempo e o treino, adaptamo-nos melhor a essas diferenças e assim espero que aconteça. 

Outro ponto negativo nas aulas práticas, a meu ver, é não irmos para uma rodovia. Acho essencial para preparar o condutor para viagens ir para um rodovia, todos sabemos a grande mudança que ocorre no trânsito da cidade e da estrada. Entendo que essa aula por uma rodovia não ocorre por questão de segurança mas deveria se pensar em uma forma de treinar o motorista para essa situação também pois é nas grandes e rápidas estradas que ocorrem os acidentes mais graves devido, acredito eu, por essa inexperiência de alguns motoristas.

As 20 horas de aula prática devem ser mais que suficientes para quem já sabe dirigir mas para quem chega a auto-escola sem saber (o que deveria ocorrer em todos os casos) é pouco. E aqui está mais uma prova de como o sistema é moldado para que as pessoas cheguem já sabendo alguma coisa sobre direção. O obrigatório do curso é moldado para aqueles que já sabem dirigir, se você não sabe terá que pagar horas a mais - e convenhamos que o preço do curso, sem horas extras, já é bem salgado.

No fim, fiz 23 horas de aulas práticas, fiquei mega nervosa na hora da prova, perdi os 3 pontos permitidos na prova na hora da baliza, fiquei mais nervosa ainda mas passei!

E queria dizer pra vocês que, conhecendo o pouco que eu sabia dirigir e conhecendo a minha descoordenação motora, se eu passei, vocês conseguem também. 

Talvez não haja a necessidade ou o interesse de ter um carro no momento mas, mesmo assim, acho que todos deviam fazer por conta de urgências e também por conta do aprendizado que temos com o curso. Várias de nossas condutas, como motorista e como pedestre, são reavaliadas durante ele e podemos mudar atitudes para tornar o trânsito melhor. Comentei com a minha instrutora que vou pensar demais antes de atravessar fora da faixa depois da auto-escola porque percebi o quanto é incômodo para o condutor prever a ação do pedestre para evitar um acidente, ou seja, você não faz o curso apenas para aprender a dirigir, você faz o curso para aprender a se portar no trânsito, como condutor, como pedestre, como ciclista.

Por fim, queria dizer que pode parecer com o texto que eu não gostava da minha instrutora haha. Mentira, tivemos nossos desentendimentos no início porque ela não acreditava na minha capacidade mas hoje, admito que se não fosse pelo susto e pelo choque que ela me deu nas primeiras aulas talvez não tivesse passado. Tenho certeza que fiz uma ótima escolha de condutor e agradeço demais à Vivi por todos os ensinamentos - e todas as risadas!

Você tem alguma experiência - boa ou ruim - relacionada à auto-escola? Me conta!

Beijos.