Acabei de ler: O Conto da Aia - Margaret Atwood


Estão preparados pra uma resenha de livro muuito importante pra mim? Talvez eu prolongue demais as palavras, talvez me emocione muito mas nem acho absurdo já que O CONTO DA AIA é um dos (talvez o primeiro, será?!) livros preferidos da minha vida t-o-d-i-n-h-a.

Essa obra prima foi escrita por MARGARET ATWOOD e publicada pela EDITORA ROCCO. Recentemente, a autora lançou Os Testamentos, mais um livro derivado desse universo.

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ASPECTOS FÍSICOS

O livro possui 366 páginas dividas em 15 partes e 46 capítulos + epílogo em folhas amarelas com uma fonte confortável de ler assim como os demais aspectos da diagramação como margens e espaçamentos. Essa edição da editora Rocco não possui maiores detalhes nas páginas. 

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A capa é extremamente expressiva com a história, trazendo a forma dos chapéus que aias devem usar assim como a cor característica de suas roupas. Gosto muito dessa capa, acho ela impactante exatamente como a história.

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SINOPSE

Em O Conto da Aia, conheceremos Gilead, uma república em um futuro não muito distante, onde muitas novas regras começaram a ser aplicadas para a vida em sociedade.
Nesse futuro, a grande maioria das mulheres tornaram-se inférteis, trazendo risco para a continuação da sociedade; para conter essa crise, as mulheres que ainda são férteis foram selecionadas para tornarem-se aias e servirem a casais que não podem ter filhos biológicos mas que possuem condições financeiras de sustentá-los.

Nossa protagonista será June/Offred (ou do Fred - o nome do patriarca para quem a aia está servindo até dar à luz), uma mulher que trabalhava como revisora de livros, era casada e tinha uma filha antes das novas regras serem impostadas. Com o passar das  páginas, acompanharemos como sua vida mudou em todos os detalhes e teremos relances dos acontecimentos pré-Gilead.

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OPINIÃO

Tenho taaaanta coisa pra falar nessa resenha que é até difícil começar!
Bora lá! Eu já assisti a série The Handmaid's Tale, baseada no livro, antes da leitura e a série é a minha favorita da vida; imagino que foi por esse motivo que demorei para decidir pegar O Conto da Aia em forma de livro - estava com medo de me decepcionar. Em segundo lugar, acreditava que a escrita seria densa, talvez difícil mesmo, pelos diversos temas pesados que a autora aborda e por ele ter sido publicado há bastante tempo.

Bom, eu não poderia estar mais enganada! O livro não apenas não me decepcionou como virou um dos FAVORITOS DA VIDA e também não tem uma linguagem nada complicada - sua escrita é tão envolvente que acredito tê-lo lido em velocidade recorde.

Ao iniciar a leitura, podemos nos sentir um pouco perdidos com as tantas informações novas sobre coisas cotidianas - como a forma de comprar comida, de se vestir, a estrutura familiar, as relações sexuais. Porém, Margaret Atwood consegue ir desfiando essa linha perfeitamente para ir contando e mostrando mais sobre essa nova forma de sociedade e como ela afeta a vida de todos mas, especialmente, das mulheres - sejam elas aias, esposas ou governantas.

O livro é forte! São muitas cenas memoráveis, muitas falas que nos fazem pensar e vale cada linha escrita. Existem muitas personagens femininas fortíssimas nesse livro e, inicialmente, June nem é a que mais chama a atenção; vemos mulheres lutando por sua liberdade, lutando contra o sistema, lutando para recuperar seus filhos. E conseguimos, com o decorrer da leitura, perceber como os direitos foram sendo cortados aos poucos por supostas justificativas nobres e ficamos, sim, chocados!

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Não consigo pensar em um personagem da história que não seja extremamente rico e que não possa ser explorado em muitas e muitas camadas. Os homens, em geral, são personagens intransigentes mas que também possuem vontades e são corrompíveis e, não, não estão ali para serem os salvadores da pátria. Já as mulheres, todas, sejam elas aias, esposas, Tias ou Marthas; sejam aliadas ou inimigas, são mulheres fortes, de opiniões esclarecidas apesar de todas as proibições impostas pelas regras da nova sociedade. 

O Conto da Aia é escrito em primeira pessoa pela June e é inevitável nos colocarmos no seu papel e imaginar qual seria nossa reação se nos deparássemos com os absurdos que vão acontecendo. 
Uma história distópica mas extremamente perturbadora pela proximidade com a realidade; um livro de ficção com uma história fortíssima mas com leitura rápida - simplesmente NÃO TEM COMO largar! 

Para encerrar o livro, ainda temos um prólogo Notas Históricas que é simplesmente um tapa na cara sobre a sociedade da história e suas leis. Perfeito nos mínimos detalhes!

Nesse momento, sinto que escrevo e escrevo e não consigo transmitir o tanto que esse livro me marcou e é importante para toda uma geração - leiam O Conto da Aia, leiam Margaret Atwood. Tenho certeza que vai ter marcar profundamente e te fazer refletir sobre diversos aspectos de nossa sociedade que passam despercebidos em muitos momentos.
Um livro denso mas extremamente necessário!

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TRECHOS
❤ "Havia matérias nos jornais, é claro. Corpos encontrados em valas ou na floresta, mortos a pauladas ou mutilados, [...], mas essas matérias eram a respeito de outras mulheres, e os homens que faziam aquele tipo de coisas eram outros homens. [...] As matérias de jornais eram como sonhos para nós, sonhos ruins sonhados por outros. Que horror, dizíamos, e eram, mas eram horrores sem ser críveis. [...]
Éramos as pessoas que não estavam nos jornais." 
- pág. 71

❤ "Mas isso está errado, ninguém morre por falta de sexo. É por falta de amor que morremos. Não há ninguém que eu possa amar, todas as pessoas que eu podia amar estão mortas ou em outro lugar. Quem sabe onde estão ou quais são seus nomes agora? Poderiam muito bem não estar em lugar nenhum, como eu estou para elas. Também sou uma pessoa desaparecida." 
- pág. 125

❤ "Mas lembre-se de que o perdão também é um poder. Suplicar por ele é um poder, e recusá-lo ou concedê-lo é um poder, talvez de todos o maior. 
Talvez nada disso seja a respeito de controle. Talvez não seja realmente sobre quem pode possuir quem, quem pode fazer o que com quem e sair impune, mesmo que seja até levar à morte. Talvez não seja sobre quem pode se sentar e quem tem de se ajoelhar ou ficar de pé ou se deitar, de pernas arreganhadas. Talvez seja sobre quem pode fazer o que com quem e ser perdoado por isso." 
- págs. 163 e 164

❤ "Não se pode fazer uma omelete sem quebrar os ovos, é o que diz. Pensamos que faríamos melhor.
Melhor?, digo, em voz baixa, apagada. Como ele pode pensar que isto é melhor?
Melhor nunca significa melhor para todo mundo, diz ele. Sempre significa pior, para alguns." 
- pág. 251 

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Muito difícil fazer resenha desse livro por ele possuir tantas e tantas camadas e mexer comigo de um modo muito único e especial!
LEIAM O CONTO DA AIA! ASSISTAM A SÉRIE BASEADA NO LIVRO!

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Beijos.

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2 comentários:

  1. Vou ver a série e ler o livro. Parece ser genial. Obrigado pela resenha.

    Bom fim de semana!

    OBS.: O blog está de volta com novos posts. Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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    Respostas
    1. Emerson, vai mudar tua vida! Hehe Sou completamente alucinada por essa obra!
      Beijos!

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