Nós não éramos perfeitos. Mas sempre fomos gentis!


"Fui casado com sua mãe por 15 anos. Mais cinco de namoro.
Ela dizia que era uma pipa e eu era a linha. Que ela era uma criatura das nuvens e eu era uma criatura da terra. E ela dizia que, sem mim, não teria uma trava e sairia voando para...
E, sem ela, eu me esborracharia, iria direto para o chão e...
Mas, juntos... nós...

A gente se separou. Você não deve saber disso. Foi algo breve. Você tinha um ano. A minha maior idiotice.
Fiz uma declaração idiota e pronto. Duas semanas.
Duas semanas.
Nem sei como chegamos a isso.
Sei lá qual foi a briga, mas eu finalmente recuperei o juízo e pensei: "Que isso, seu imbecil? Você está maluco?".
Então eu voltei e bati à porta, ela abriu, me abraçou, me beijou, me perdoou com o olhar e... te passou pra mim. Eu segurei vocês dois nos braços e pronto. Nós voltamos.
Aí veio a Shirley.

E nós estávamos do mesmo lado. Ainda brigávamos, mas era diferente.
Era com amor. Ela me ensinou. Brigar com amor.
É, nós... estávamos do mesmo lado, mesmo brigando.
Durante a briga, você está perdoado. Não há medo. Não há perigo. Você está seguro.
Espero que você possa ter isso um dia.
É um jeito lindo de se viver.
Nós não éramos perfeitos. Mas sempre fomos gentis. E nos amávamos muito.
Eu a amo hoje com a mesma força que no começo. A pipa e a linha."

Esse é um monólogo feito pelo personagem Hugh na série A Maldição da Residência Hill. Se você minimamente habitou o mundo das séries no ano passado, ouviu falar dessa série de terror da Netflix que foi aclamada como o melhor do terror dos últimos anos.
Eu concordo e quem assistiu à série, vai entender ainda mais o quão profunda é essa fala do personagem em relação a Olivia, mãe das crianças. A série é de terror mas também é um drama familiar extremamente sutil e forte em relação aos sentimentos de cada personagem.

O monólogo em questão me marcou profundamente, tanto que, meses depois de ter maratonado a série, ainda guardo ele na lembrança.
Nos acostumamos a pensar na nossa alma gêmea, em uma vida perfeita com o outro, onde não há espaço para brigas e desentendimentos, afinal, um relacionamento bom precisa ser cheio de amor, gentileza, respeito e carinho.


Essa ilusão é apenas parte da verdade. Basta colocarmos os pés um pouco na realidade para perceber que, ao juntarmos duas pessoas que foram criadas cada qual a seu modo, expostas à estímulos e traumas diferentes e têm costumes distintos, pode surgir uma grande catástrofe. Por mais amor que haja entre essas mesmas duas pessoas.

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O processo de desconstrução dessa ilusão criada pelos livros, filmes e séries românticas do casal perfeito é longo e difícil mas extremamente enriquecedor para as relações reais; o dia a dia que todo casal precisa enfrentar para ser dois.

Eu já fui aquela pessoa que abafava opiniões, que minimizava vontades e calava ideias apenas para evitar conflitos por pensar que discussões só enfraquecem o relacionamento.
E, sim, casais que vivem em constante conflito tendem a minar com tudo que constroem. Conflitos por conflitos, sem um objetivo em comum, sem um passo atrás, sem um olhar afetuoso, tendem a ser infundados e acabar apenas em dor e machucados.

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Mas brigar com amor, não. Brigar com amor é essencial para qualquer relação.
Você não precisa guardar o fardo de um problema ou de uma ideia. Você pode compartilhar com a pessoa com quem você divide a vida esse peso. Afinal, vocês estão do mesmo lado, vocês são do mesmo time.
Por mais que discordem sobre o caminho a seguir em algum momento, por trás do embate, há uma certeza maior sobre a estrutura que sustenta esse relacionamento - uma estrutura sólida que é fortalecida diariamente com camadas extras de perdão, consentimento, carinho e compreensão.

É saber que muitas questões não irão agradar à pessoa que está ao seu lado mas que, mesmo que em um primeiro momento aquilo impacte e gere um efeito negativo, haverá uma reflexão, uma conversa e até uma discussão. E que, no final, você será compreendido, você está perdoado, você é amado.

É pensar em nunca ferir quem te dá tanto; seja com palavras durante a discussão, seja com atitudes quando estão longe. Perceber que existem tantos problemas na vida de qualquer pessoa que não são passíveis de controle e que terão que ser encarados; brigar com amor é encarar esses problemas da forma mais leve possível, ciente do apoio e da aceitação.

Também desejo que você encontre isso na sua vida. É realmente um jeito lindo de se viver!

Beijos cheios de amor!

4 comentários:

  1. nossa essa serie é sensacional mesmo, temos que ser sempre empaticos com o outro

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  2. O amor é um sentimento sublime.
    Bom fim de semana!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

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    1. Bom fim de semana, Emerson!
      É sempre bom falar de amor, não é?!

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