"Liberdade na vida é ter alguém pra se prender."


Já coloquei meu pijama, já escovei os dentes, já passei os cremes. Deito na cama. Está frio, mesmo que a estufa ligada forme sombras pelo meu quarto, me cubro com os muitos cobertores e fecho os olhos.

Sinto seus braços enlaçando meu tronco e trazendo mais calor para o meu corpo. Eu me ajeito e me aconchego melhor nesses braços que parecem terem sido moldados exatamente para abrigar meu corpo. 
Você dá um beijo demorado nos meus cabelos e eu viro meu rosto. Tenho apenas um vislumbre dos teus traços mas já consigo identificar a forma do teu nariz - sei que não gosta dele mas o acho lindo -, consigo ver seus olhos abertos procurando os meus e sua mão se ergue e faz um carinho em meu rosto. Novamente, fecho os olhos para sentir esse toque, tão terno, tão macio. Sei que você me olha, gostaria de saber o que pensa. 

Às vezes, em algumas situações determinadas enquanto você está me contando algo sobre seu dia ou sobre sua vida, eu fico te olhando, não prestando atenção propriamente nas suas palavras mas focando todos os meus esforços em perceber seu interior. 
A pergunta que me faço não é a clássica "será que ele me ama?". Pode parecer presunçoso mas eu sei que me ama, as atitudes, os gestos, os carinhos me lembram disso a cada instante. A minha pergunta, quando te olho assim, querendo ver mais do que os olhos podem ver, é sobre nosso casamento ("na praia ou no campo?"), é sobre nossos filhos ("será que chegaremos a um meio-termo quanto aos nomes?"), é sobre a próxima viagem ("Chile, Peru, Uruguai?"). Será que ele não vai enjoar da minha comida daqui há 10 anos, será que ele não vai querer experimentar outros beijos daqui há 1 ano, será que ele não vai cansar de ter sempre que me acalmar ao final de um dia estressante daqui há 20 anos? 
Aí, você me olha, interrompendo meus pensamentos bobos e eu reparo como você me olha doce. Não me peça para explicar um olhar doce; felizmente, ainda não inventaram palavras para alguns gestos humanos. E eu não tenho mais perguntas. 

Adoro quando um eu te amo sai da sua boca mas adoro ainda mais aquele momento, segundos antes do eu te amo, quando percebo que você vai falar, percebo sua respiração e já dá tempo de sorrir antes do som alcançar meus ouvidos. Adoro quando chegamos a uma esquina na rua e sinto a sua mão apertar com um pouco mais de força a minha e adoro ainda mais o seu olhar repreensivo quando tento atravessar a rua de modo perigoso. Adoro quando assistimos a um filme juntos e você se perde na história e eu tenho que explicá-la mas adoro ainda mais quando você dorme assistindo ao filme e posso ficar me perdendo ao te olhar. 

- Amor, sabe no dia em que nos conhecemos? Que tu foi lá, falou comigo, eu tava super mal-humorada e pedi para voltar depois?
- Uhum - Quase me esqueço, eu adoro a nossa linguagem de hms.
- Eu pensei que tu não fosse voltar.
- Ah, se tu não tivesse me dado um beijo, eu não ia voltar. 
- Sério?
- Sim.
- Já pensou se tu não tivesse voltado? 
E eu penso: quem ia me emprestar roupas, quem ia me levar na café na cama, quem ia fazer chimarrão pra mim, quem ia cozinhar pra mim, quem ia ficar no computador até me ver um pouco mais animada do outro lado da tela? Nossa, amor, ainda bem que tu voltou. 
Mas não falo e não vou falar agora que estamos quentes embaixo das cobertas. Existem coisas nesse mundo que não devem ser ditas; ixi, isso eu demorei demais pra aprender. Sempre achei as palavras um dom dos seres humanos, nunca acreditei naquela história de 'eu não falo mas eu sinto'. Finalmente, entendi. 
Acho que quando você começa a viver um sentimento, um sentimento verdadeiro (não os muitos fajutos que forjamos para continuarmos seguindo a vida), percebemos que palavras não são nada. Na verdade, tudo se inverte. O céu, por exemplo. O céu passa a não ser um lugar, passa a ser um momento, mais exatamente esse momento em que me vejo deitada ao teu lado na cama, olhando para teus olhos e sentindo o maior amor do mundo.

Você me dá um beijo e me deseja uma boa noite - é hora de voltar à Terra e descansar. Sempre são boas as noites ao seu lado, sempre são bons os beijos quando vindos dos seus lábios. 

Obs. 1: A frase do título do post é de Fabrício Carpinejar. 
Obs. 2: O texto é de minha autoria, escrito no dia 12 de junho de 2013. A divulgação e distribuição é livre apenas se com os devidos créditos.
Obs. 3: Meu amor, meu príncipe, meu lindo, meu namorado! Essas são as palavras de um coração que morre de saudades todos os dias e todos os dias também tem que se esforçar para ressuscitar com a única esperança de que a cada dia que passa é um dia a menos longe de ti.
Te amo muito. Feliz dia dos namorados pro melhor namorado do mundo!

2 comentários:

  1. Acho lindo quem escreve com a alma .. parabéns pelas lindas palavras, e que Deus abençoe cada dia esse amor..bjs

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    1. Obrigada, Thamiris.
      Fazia tempo que eu não escrevia textos e estava com saudades.
      Obrigada pela visita!
      Beijos. =DD

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